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"O AMOR FAZ NASCER FLORES EM LUGARES DESCONHECIDOS E DESPERTA A LUZ ONDE PODERIA HAVER TREVAS"


Obras protegidas pela lei dos direitos autorais

sábado, 29 de setembro de 2012

Senryu




cachorro latindo-
novamente o bom carteiro
ficou em perigo

Trova


Redondilhas maiores,ritmo(2-4-7) e sonoridade em rima rica

Cantando sou mais contente,
cantando tenho prazer;
Eu canto pra tanta gente,
meu canto que faz viver.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O menino vodú ( Final )




  Jefferson ajoelhou e pediu perdão para o menino vodú,que ignorou as suas tão fervorosas palavras e o arrastou para dentro da sua própria casa.
  Jefferson morava sozinho naquele ambiente, e na sala de estar às paredes estavam cobertas pelos quadros que ele pintava e geralmente retratavam a natureza em sua forma primitiva.
   O homem chegou a oferecer para o menino alguns quadros em troca da vingança que ele sabia que ia ser fatal porem, Dimitri não respondeu nada e apenas observava a casa; Num certo momento, se deparou com uma maquina de costura num quarto um pouco escuro ,e ao acender a luz o brilho de um cordão de ouro refletiu em seus olhos; Era o cordão que ele havia furtado do seu pai e trocado com Jefferson.
   O homem estava tentando fugir das garras do menino e, no entanto quando o menino tinha tocado em sua pele os seus ossos se enfraqueceram o deixando praticamente imóvel.
   -O que você quer comigo seu menino do capeta?
   -Por que você falou pra polícia que eu tinha roubado o quadro sendo que troquei contigo por este cordão de ouro? –perguntou o menino segurando o cordão entre os seus dedos.
   -Desculpe-me garoto,perdoa-me eu te imploro.
   -O que fizeste não tem perdão. –respondeu Dimitri.
   -O que você fez com meus ossos,minha pele e meu cabelo que caiu tudo?
   - Você não deve se preocupar com o que fiz e sim com o que vou fazer daqui pra frente.
   Jefferson estava falando muito e Dimitri usando uma agulha que pegou na maquina de costura,passou nela uma linha preta e costurou a boca do homem o deixando cada vez mais em pânico com aquela dor sentida pelas fisgadas.
   Com Jefferson gemendo,mas sem pronunciar nenhuma palavra o menino,voltou ao quarto pegando outras agulhas,uma vela,um alicate, quatro pregos 426 x 84 [ 7 1/2 x 1 ] que geralmente servem para construção de pontes ,mata burros e porteiras e por último pegou uma martelo de carpinteiro.
   Jefferson olhava aquele cenário com muito medo,até que a aflição se tornou maior quando o menino o jogou no chão de tacos e o crucificou. A dor era imensa,mas a boca costurada não deixava sair do seu interior os gritos pela tortura que recebia.
   Com a paciência de um tibetano, Dimitri começou a pronunciar em voz alta algumas rezas numa linguagem africana extinta a centenas de anos; Colocou fogo na vela, segurou uma agulha com o alicate e a esquentou até ficar vermelha, e depois uma a uma as enfiaram debaixo das unhas das mãos e pés de Jefferson.
   Ele pegava a vela acesa e dava pingos de parafina derretida sobre os olhos de Jefferson que se contorcia de dor,mas não sai do lugar por causa que estava crucificado.
   Com o martelo ele quebrou em dezenas de partes todos os ossos das pernas e das mãos do homem que o traiu e mentiu sobre ele.
   A dor em Jefferson se tornou insuportável e dando o seu último suspiro partiu para a mansão dos mortos.


   Dimitri recuperou o cordão de ouro que havia furtado do seu pai Ephraim e voltava para casa nas margens do córrego Ribeirão Preto na cidade com o mesmo nome, e ao atravessar uma ponte ali situada, notou que em sua casa tinha muitas pessoas em alvoroço e conversando bastante.
   Ele chegou desconfiado,mas sorriu ao ver que todos estavam em sua procura demonstrando sinal que gostavam dele.
   Após os conhecidos irem embora, o pai quis o reprimir pelo episódio de ter sido indiciado por roubo, e Dimitri apenas escutava o seu pai sem dar atenção àquelas broncas, e Ephraim perdendo o controle da conjuntura se aproxima apinhado de raiva e desfecha com brutalidade um tapa na boca de Dimitri,contudo, Ephraim balança a cabeça para o lado e cuspe dois dentes de ouro.
   Dimitri começou a dar risadas,jogou o cordão de ouro no chão e foi para o seu quarto,enquanto o seu pai com a boca sangrando começou a pensar sobre o advindo.
   Com Dimitri longe, Ephraim questiona adjacente à esposa Richenda:
    -Meu bem, isso foi muito estranho.
    -Ephraim, eu compreendi toda a cena e agora posso afirmar com precisão que o seu pai Kiril Salomão tinha razão ao afirmar que o nosso filho, é um demônio,ou melhor tem forças vodu em seu sangue sobre-humano.
   -Eu dei um tapa na boca dele e olha só o que aconteceu. Fui eu quem sentiu a brutalidade da minha energia.
   -Temos que ir ao feiticeiro vodu pedir explicação. Nós queríamos um filho normal e não esse demônio.


   Na manhã seguinte Richenda ligou o rádio para ouvir notícias locais, e ficou surpresa ao saber que o homem que tinha acusado Dimitri de furto havia sido assassinado com indícios de magia negra, e logo desconfiou que fosse o seu menino quem praticou o crime e, suas pernas tremeram ao também saber que o investigador que foi até a sua casa também estava morto em um terreno baldio. 
   Ela chamou o marido e ambos foram ao feiticeiro vodu pedir explicações,e encontram o homem na mesma casinha velha repleta de símbolos satânicos onde antigamente atendeu o casal.
   -Você lembra-se de mim? –perguntou Ephraim com uma voz que demonstrava raiva.
   -É claro que eu lembro,você é o cigano que veio aqui pedir ajuda pra ter um filho.
   -E você me deu um capetinha,que ontem matou dois homens.
   -Eu não tenho culpa de nada disto. –respondeu o feiticeiro meio eufórico e olhando desesperado para uma das velas pretas que queimava lentamente.
   -Tem sim. –afirmou Richenda.
   -Você acabou com a nossa vida. –desabafa Ephraim.
   -Foi vocês que pediram um filho e eu dei a vocês um filho.
   -Este menino quando nasceu matou a minha família inteira no acampamento Cipreste,eu era alegre e homem de bem, e percebo que por sua origem eu virei bandido.
   -Você queria um filho e as forças vodu lhe deram, se você quisesse um anjo ia pedir ajuda para um padre ou um pastor e não a mim. E outra, se ele ficar maior de idade ai sim a nação inteira estará fudida.
   -Toda noite eu choro pela perda da minha mãe,pai e irmãos e se soubesse jamais teria vindo aqui. 
   -Só tem um jeito de se livrar dele?
   -E qual é?
   -Somente as forças da natureza podem matá-lo, pois ele não tem poder contra DEUS.
   -Você acabou com a minha vida e agora vou acabar com a sua seu ordinário. -prometeu Ephraim que emocionado começou a chorar- Você é um feiticeiro muito mal e eu vou te matar agora.
   Ephraim sacou de um revolver 32,mas foi controlado por Richenda que pedia com fervor pra não ter mais tragédias.
   -Calma ai que eu posso ajudar vocês. -aliviado o feiticeiro argumenta.
   -Como assim ajudar? –pergunta Richenda.
   O feiticeiro explica o seu plano:
   -Eu posso fazer um novo trabalho que deixará o menino mais calmo, porem só posso garantir que isto funciona enquanto ele ainda é menor de idade e neste tempo,infelizmente vocês terão que matá-lo.
   -Eu não posso matar o meu filho! –muito zangado Ephraim tenta agredir o feiticeiro com um soco,mas ele se esquiva.
   -Calma cigano. Ele não é o seu filho e sim é filho das trevas. Se caso ele alcançar maioridade os primeiros que ele vai assassinar serão vocês dois,e garanto que será de um modo muito cruel e agonizante. E terá forças suficientes para acabar com qualquer um durante 70 gerações. Ele é apenas uma criança e seus poderes ainda não se revelaram totalmente.
   O casal com paciência pensa sobre a situação e neste momento Santa Sara envia uma luz aos pensamentos de Ephraim,que chegou a conclusão que isto seria o melhor para a humanidade e assim poderiam ter um julgamento leal e quem sabe até seriam perdoados no dia do juízo final.
   Ao aceitarem que o feiticeiro promovesse um novo trabalho o menino esqueceu-se das maldades e voltou a ter uma vida relativamente tranquila, e nem sequer foi acusado dos crimes bárbaros que cometeste.

   Estava prestes a começar o tempo das águas e sem que o filho percebesse Richenda e o marido instalou na casa um para-raios e ligou o fio terra nos pés da cama metálica de Dimitri que não desconfiou de nada. 
   Os pais tratavam Dimitri como se nada de mal estivesse acontecendo e os dias pareciam normais, até que a previsão do tempo anunciou que uma forte tempestade assolaria a zona norte da cidade de Ribeirão Preto.
   Naquela noite a chuva começou por volta das vinte horas e ventos descontrolados arrancaram com raízes árvores centenárias, e sem perceber a emboscada, Dimitri vai para o quarto e sorria pensando na vida longa que tinha pela frente.
   No outro quarto ajoelhados perante a imagem de uma Santa Sara, chorava o casal Salomão prevendo o pior, até que um raio fulminante descarregou a sua fúria no para-raios, e automaticamente fritou o pequeno Dimitri que foi reduzido a um ser sem alma e irreconhecível.
Richenda,Ephraim e o feiticeiro também foram mortos,pois foram eles que tramaram o mal àquele menino que na sua passagem pela Terra só trouxe tragédias.
   O menino vodu foi extinto, e mesmo no momento crucial da sua morte conseguiu devolver o mal às pessoas que programaram o seu fim.
   Por sorte divina Dimitri não atingiu a maioridade e a família Salomão agora sem descendentes descansam em paz na dimensão daqueles que já partiram.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O menino Vodú (Parte II )




(Na primeira parte do conto eu havia publicado o nome do acampamento como sendo "Salazar",mas na verdade é Cipreste;Já corrigi o erro)


  O incêndio deixou o acampamento Cipreste completamente destruído,sobrando para a família Salomão somente os animais que eles criavam que eram  cavalos,galinhas,porcos e também um baú com as joias da família que estava enterrado ,visto que eles temiam ladrões.
   Toda a família chorava muito ao ver que quase todos os bens que eles tinham conseguindo durante toda uma vida,em um pouco espaço de tempo tinha sumido sem que eles dessem permissão.
   Kiril Salomão,Madame Dara,Milena,Ygor,Starlina,Richenda e Ephraim choravam ajoelhados no chão coberto e lama e se perguntavam o porquê que Santa Sara deixou aquela tragédia acontecer e,no entanto o pequeno recém-nascido Dimitri dava boas gargalhadas.
   -Ephraim, faz este menino parar de rir por amor aos nossos ancestrais! –disse o patriarca da família.
   -Eu não consigo meu pai,e nunca vi na minha vida um recém-nascido rir deste jeito. Eles costumam somente mover os lábios,mas não rir desta altura.
   -Ele está me tirando do sério.
   -É apenas um bebê.
   -Você lembra-se do sonho que tivemos?
   -Lembro sim.
   -Lembra que no sonho no lugar do sol tinha um rosto que chorava e ria ao mesmo tempo?
   -Aham.
   -Olhe pro céu e veja que na frente do sol as nuvens formaram um rosto feio e aqui na terra enquanto nós choramos o seu filho está rindo. Ele é uma maldição que trouxe tristezas para a nossa família.
   -Meu pai,nunca mais torne a falar isto. O meu filho é abençoado e não tem culpa dos acontecidos.
   -Por favor, meu filho, o faz parar de rir.
   -Eu não consigo.
   -Eu te imploro,faz esta desgraça para de rir.
   -Ele não quer parar e quanto mais pede,mais ele ri.
   -Esta criança é uma criatura do mal e estou perdendo a paciência com ele.
   -Se o Senhor continuar a fala mal do meu filho nós vamos acabar discutindo.
   -Você a mãe dele geraram um bebê do capeta e se este menino não parar de rir eu vou mandar vocês embora do acampamento.
   -Que acampamento? –Ephraim tira um sarro na cara do pai ao ver que não tinha sobrado nada do acampamento.
   -Mais que desgraça –muito irritado com as perdas e o choro da criança, Kiril tem um desejo maligno- tomara que um raio caia e parta este menino infernal e os pais dele ao meio.
   KAAAABRRRUUUUMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
   Toda a terra tremeu quando um barulho e um clarão muito forte surgiram no local jogando as pessoas a alguns metros de distância; Com o chão molhado uma onda de choque fez com que todos sentissem a eletricidade percorrer as suas veias .
   Após Ephraim voltar a si do pequeno desmaio, ele acordou a esposa Richenda que estava ao lado,viu o seu filho sentado e rindo,mas o seu coração quase parou ao notar que seus pais e seus irmão estavam mortos,queimados e com os corpos partidos ao meio com consequência dos cinco raios que caíram no local.
   Os corpos estavam irreconhecíveis e Ephraim chorou ao lado da esposa ao ver que a sua família e sua casa não existiam mais. Uma enorme tristeza adentrou o seu coração,pois ele sabia que o desejo do pai no momento da raiva retornou a ele mesmo em forma de vingança, o matando juntamente com a sua mãe e irmãos tão queridos.
   Em uma conversa franca com a esposa Ephraim desabafa:
   -Meu bem,isto foi muito estranho e estou começando a crer que Dimitri foi o culpado.
   -Será que foi ele?
   -Lembra que quando casamos você não poderia ter filho e procuramos o feiticeiro vodú para dar um jeito?
   -Lembro sim.
   -E agora no mesmo instante que meu finado pai desejou que um raio caísse em nós e nos partissem ao meio,o mesmo aconteceu a ele e minha família e isto pode ter sido obra de Dimitri.
   -Ele é apenas um recém-nascido e nem consegue pensar direito.
   -Você viu o jeito que ele ria sem parar?
   -Isto foi bem estranho mesmo.
   -Nenê desta idade não da gargalhada.
   -E que vamos fazer agora? –perguntou Richenda desesperada.
   -Alguém deve ter visto a fumaça do incêndio e então acredito que não vai demorar pra começar a chegar gente aqui. Vamos desenterrar o baú com as joias,pegar uns três cavalos,matar um porco que vai servir de alimento e vamos dar o fora o mais rápido possível.

   Um fazendeiro vizinho foi o primeiro a chegar ao antigo acampamento Cipreste e logo chamou a policia.
   Os investigadores concluíram que a tragédia foi obra da natureza em fúria ,e como os mortos não tinham documentos foram enterrados como indigentes em covas doadas pela prefeitura de Ribeirão Preto.
   Ephraim e Richenda  venderam algumas joias da família no mercado negro da praça XV de Ribeirão Preto e logo conseguiram dinheiro para comprar um terreno e alguns bens materiais e montaram acampamento as margens do córrego da via norte.
   O terreno era grande e por ser deles a polícia não os incomodavam, e assim eles criaram Dimitri sem ter problemas durante grande parte da sua infância.
   Eles não voltaram a encontrar os ciganos que estavam na festa de Dimitri e com o passar do tempo algumas das tradições milenares da sua raça foram completamente abandonadas.
   Sempre desconfiaram que Dimitri poderia ter sido a causa dos incidentes no acampamento Cipreste,mas como o menino se portou como uma criança normal,esta suspeita logo foi esquecida.
   Richenda cuidava do menino o dia inteiro e Ephrain Salomão se envolveu na compra e venda de ouro, e outras joias que geralmente eram produtos de furtos que os ladrões e traficantes levavam até ele.                       Ele começou neste ramo após começar a vender o resto das joias da família o que lhe deu um bom lucro e despertou interesse dos criminosos nas proximidades e desta maneira ele se tornou um receptador bem famoso entre os militantes.
   Levavam uma vida tranquila até que aos nove anos de idade Dimitri roubou do pai um cordão de ouro avaliado em R$3.000,00 e trocou com um quadro pintado por um artista local e ao chegar em casa Ephraim o questionou:
   -Dimitri,você viu um cordão de ouro que estava aqui na estante?
   -Não vi não meu pai.
   -E aonde arrumou dinheiro para comprar este quadro com os cavalos pintados que está em suas mãos?
   -Eu ganhei o quadro.
   -Tem certeza?
   -Tenho sim.
   -Então eu devo ter guardado o cordão em outro lugar. –finalizou Ephraim.

   O homem que trocou o quadro com o cordão de ouro de Dimitri, falou pra polícia que o menino tinha entrado em sua casa durante a noite e furtado aquele bem material.
   Os investigadores invadiram a casa de Dimitri,mas não encontrou o quadro e por sorte também não acharam as joias do pai que estavam enterradas no quintal.
  Dimitri estava na rua quando um investigador o capturou,e o levou para uma fábrica abandonada afim de fazer um pequeno interrogatório:
   -Porque você furtou o quadro?
   -Eu não furtei. –com os olhos demonstrando revolta respondeu Dimitri.
   -O rapaz falou que você entrou na casa dele e o furtou.
   -Eu falei que não roubei esta porcaria seu filho da puta desgraçado.
   O policial sem pensar meia vez deu-lhe um tapão na orelha,só que o menino permaneceu imóvel e quem sentiu a força brutal do tapa foi o polical que rodopiou e caiu no chão com o ouvido zunindo.
   Ele se levantou do chão olhando para os lados e não viu ninguém,mas ouviu Dimitri com a mesma gargalhada que ele havia dado quando era recém-nascido.
   Neste exato momento toda a magia negra que habitava os órgãos de Dimitri se revaleram, e as forças vodú do seu EU superior ascenderam em seu coração maligno ,o ódio que estava adormecido durante nove anos,seis meses,quatro dias,uma hora e doze segundos enfim se despertou.
   -Você gosta de bater em crianças né? –perguntou Dimitri com uma voz assustadora.
  -Quem é você?
  -Eu era o sonho e agora sou o pesadelo.
   O investigador com muita agilidade aplicou um golpe de capoeira no tórax de Dimitri, só que quem sentiu a pancada foi o próprio policial que voltou a cair no chão.
    A esta altura o medo já dominava aquele ser mortal que sacou do seu revolver calibre 38 e ordenou:
   -Parado se não eu atiro!
   Sem demonstrar qualquer reação que obedecesse a ordem da polícia, Dimitri continuou andando até que seis disparos certeiros atingiu o peito do menino.
   O policial,pois a mão esquerda no peito e sentiu o sangue molhando a sua camisa branca que a cada segundo ficava mais encharcada e veio a óbito no mesmo momento.
   O menino deixou a fábrica e após cuspir no corpo do investigador saiu rapidamente em direção à casa da pessoa que trocou o quadro com ele.

   TOC,TOC,TOC,TOC....
   Jefferson ouviu alguns batidas no portão de sua casa e foi atender,mas ao abrir o pintor de quadros deu de cara com Dimitri que o olhava com desprezo.
   -Lembra-se de mim seu infeliz? –perguntou o menino com raiva ao extremo.
   O menino apenas tocou no braço do artista que sentiu os seus cabelos caírem,sua pele ficar enrugada e a fraqueza invadir os seus ossos.
   -O que você quer de mim seu monstro?
   Dimitri respondeu com uma gargalhada que se ouviu a centenas de metros:
   -Vim te ensinar a não mentir sobre uma criança.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O menino Vodú ( Parte I )


Imagem do Google


   No acampamento cigano a festa era de arromba. Comemoravam-se o nascimento de Dimitri,filho de Richenda e Ephraim Salomão junto a eles outras famílias da região nordeste do estado de São Paulo se reuniram no acampamento Cipreste as margens do Rio Pardo para mais uma noite de confraternização e alegrias generalizadas.
   Todos dançavam ao som das mais famosas musicas espanholas,
húngaras e portuguesas e num ritmo alucinante a felicidade era o maior patrimônio do momento, superando o alto brilho dos cordões de ouro,pérolas e grosas pulseiras que ornamentavam os corpos dos nômades peregrinos da fartura.
   As belas mulheres usavam vestidos com cores berrantes,botas pretas, leques e fitas nas mãos e enquanto os homens com suas melhores calças brancas,lenços coloridos amarados nas cabeças e cinturas,camisetas de cores vibrantes abertas no peito dançavam em roda sempre com sapateados e batendo palmas dançavam olhando o céu onde a lua despertava encanto e misticismo numa noite sem vento,mas inúmeras estrelas enfeitavam o jardim do firmamento.
Um cigano interrompe a alta musica dos violinos,castanholas e pandeiros e anuncia para todos se reunirem em volta do amontoado de lenhas secas que ia começar o famoso ritual do fogo,pão e vinho.
   Nestes rituais somente mulheres podem acender a fogueira e por isto madame Dara sendo a mais velha entre as mulheres acende a majestoso e soberano palco de fogo e o seu marido o senhor Kiril também o mais velho entre os presentes começa consagrar os objetos particulares para se tornarem amuletos.
   Colocaram arroz embaixo de uns pães fresquinhos e no centro acenderam uma vela branca em sinal de alcançar prosperidade.
   O pão não foi cortado e todos comeram pegando pedaços com a própria mão em devoção a esta tradição milenar. 
   Sob a proteção do olho de Hórus os ciganos bebiam muito vinho e davam presentes para o recém-nascido Dimitri que no seu berço da esperança sorria para todos os convidados que se aproximavam.
   Em uma tenda muito bem confeccionada estava Milena rodeada de pedras preciosas,arrudas,alecrins,cravos da índia,sal
grosso,essências,inúmeras fitas multicores,perfumes,ferraduras,elefantes brancos,corujas,ímãs,pirâmides e velas coloridas,mas o que mais chamava a atenção era uma imensa e reluzente bola de cristal bem no centro da mesa redonda aonde um a um o povo cigano ia adentrando para ler a sorte e ter previsões futuras.
   Um fraco vento começou a soprar do sul balançando a bandeira no mastro fazendo a roda vermelha de dezesseis aros dentro da flâmula azul e verde dar a aparência de estar rodando,mas era pura ilusão de ótica e não muito longe deste cenário alguns adolescentes brincavam de atirar facas e punhais na tentativa de acertarem maçãs que eram jogadas ao alto pelas crianças do acampamento.
   No lado leste da fogueira três ciganas admiravam outra mais velha que lhes passavam os segredos de lerem a sorte através das palmas das mãos e do baralho cigano e toda esta admiração é cortada quando o cigano mais velho do acampamento grita bem alto:
   -Atenção todos,muita atenção neste momento!
   A musica para,a dança se desfaz e em fração de segundos todos estavam reunidos na presença do senhor Kiril que com Dimitri nos braços começa a falar em tom alto e agradável:
   -Estamos aqui reunidos em comemoração ao nascimento desta criança linda que nasceu sob a proteção do signo da estrela e recebeu dos astros o brilho do sol,adquiriu das florestas e jardins o perfume das flores e terá em passos firmes a liberdade de um leão.A sua energia é forte com as pedras,ardente como as lavas de um vulcão,suave como a maresia e límpida com as águas dos seios terrestres.Na sua estrada espinhos não lhe farão mal,não haverá curva que tire do seu caminho a retidão da sabedoria.

    O senhor Kiril sentindo a brisa leve do vento que lapidava a pureza da sua alma declamou no idioma Romani uma poderosa oração a Santa Sara Kali protetora dos ciganos.
   Ao terminar de fazer esta oração para Santa Sara Kali pedindo proteção ao menino e a todo povo cigano o senhor Kiril ainda cita dois famosos ditados populares do seu povo:
“ A MAIS BELA FOGUEIRA COMEÇA COM PEQUENOS RAMOS”-”UMA VIDA SEM AMOR É COMO PÃO SEM FERMENTO”.
   Após ter declamado tão lindas palavras o povo se reuniu em torno de uma grande mesa retangular onde estava sendo oferecidas frutas,vinhos,tcháio romano,frango ensopado,arroz com batatas,bolos,quitutes e outras iguarias da culinária cigana.
   Todos mataram a fome e como já se passara da meia noite os moradores do acampamento e as visitas se retiraram para as tendas e foram dormir.Quebrando o silencio da noite apenas ficou os estalos da fogueira que ainda ardia em chamas e os passos de cavalos que andavam soltos pelo acampamento.
    A madrugada que parecia estar calma se revela traiçoeira e sonhos invadem as mentes que dormiam e assim todos tem um sonho estranhíssimo onde um novo dia já nascera e no lugar do sol radiante havia aparecido no céu um rosto que ao mesmo tempo chorava e sorria,derramava lágrimas de dor e demonstrava felicidade extrema,era a palavra e o antônimo,a sorte e o azar,as trevas e a luz,a rosa e o espinho e por fim o sonho e o pesadelo.
   Ao despertarem do pesadelo maluco os homens saíram das tendas e foram ficar na beira da fogueira ,que nestas horas já tinha perdido a sua grandeza e apenas pequenas labaredas aquecia a manhã fria.
   Pepe Belchior e Silvanus Malaguti, ambos os homens de porte físico muito forte e rostos amedrontados já tinham conversados sobre o sonho e resolvem revelar ao senhor Kiril aquilo que acabara de passar.
   -Senhor Kiril,-os dois comentam ao mesmo tempo - tivemos um pesadelo horrível nesta noite e descobrimos que nós dois passamos os mesmos momentos de horrores juntos,pois o pesadelo nos assombrou com a mesma história!
   -Como que foi o pesadelo de vocês?-perguntou o senhor Kiril.
   -Já era dia,porém no lugar do sol havia um rosto horrível que chorava e ria ao mesmo tempo.
   O senhor Kiril começa a chorar e também afirma:
   -Eu também tive este mesmo pesadelo e foi à coisa mais feia pela qual já passei!
   Os outros homens escutam a conversam e todos falam que sonhara a mesma coisa e a noticia começou a se espalhar pelo acampamento Cipreste.
   As mulheres e as crianças também estavam conversando dentro das tendas sobre o mesmo assunto e saem e encontram os homens desesperados pelas coincidências e juntos tentam achar uma solução para o tão grave problema.
   Foram ao altar maior que estava situado em um canto na tenda de Milena e era um lugar místico e poderoso por causa das imagens que ali eram santas. Alem das imagens de Santa Sara Kali,Nossa Senhora Aparecida,Virgem de Guadalupe,Nossa Senhora de Lourdes e a Virgem de Loretto haviam estatuetas Hindus,incensos,punhais,jarros com flores,quadros de ancestrais,estrelas,luas e no alto um sol enorme onde todos prendiam o olhar.
   Eles procuravam por respostas e sem terem explicações para tal fato ter acontecido chegaram à conclusão de se passar por uma profecia que assolaria todo o povo cigano.

   Poderia ser o sagrado e o profano se rebelando contra a fé deste povo hostil e que muitas vezes eram confundidos como ladrões e exploradores da sorte alheia e, no entanto o pessoal do acampamento ficou dividido em qual razão acreditar.

   As visitas foram embora permanecendo no local apenas a tradicional família de Kiril Salomão que era composta por ele,Madame Dara,Milena,Ygor , Starlina ,Richenda e Ephraim que eram os pais de Dimitri.
   No passar de duas luas crescentes uma forte tempestade derramou a sua fúria no acampamento Cipreste e assim que as águas se acalmaram a violência incomum de um raio certeiro fez com que a tenda principal pegasse fogo .
   Os ciganos se assustaram com o estalo do trovão e não notaram que o fogo estava consumindo todo o acampamento e desta forma em questão de minutos o mesmo fogo atingiu a tenda de Madame Dara,onde estava reunido à família Salomão, e por sorte divina todos saíram ilesos ao acidente,mas viram com lágrimas no olhar o resto do acampamento ser consumido pelas chamas.
   Tudo dava sinal que era a profecia do sonho se realizando,pois a chuva passou e o sol voltou a brilhar entre as nuvens que formaram um rosto maligno e, no entanto enquanto os maiores de idade choravam pela perdas matérias o pequeno Dimitri dava gargalhadas aterrorizantes.

   Quando Richenda e Ephraim se conheceram,ela não podia ter filhos e reza a lenda cigana que uma mulher que não pode gerar uma criança é desprovida de bênçãos e ,somente desgraças assolariam a sua família.
Ephraim não sabia disto e se apaixonou perdidamente pela moça e ambos se casaram e ao ver que a esposa não lhe daria um filho os dois discutiram sobre o assunto e prometeram jamais falar para as famílias que ela não era fértil.
   Os pais do casal já estavam cobrando um herdeiro quando os dois teve a ideia de procurar ajuda. Eles foram até um feiticeiro vodú que fez o trabalho que unia magia negra e vingança e acreditaram que as oferendas traria o bem para os ciganos ,e eles aceitaram a proposta de se aliar as forças das trevas para terem um filho.
   Passado nove meses Dimitri nasceu,mas ninguém sabia que a criança era um boneco vodú em carne e osso.Apesar de ter traços humanos a sua alma era recheada de ódio,ele não tinha bons sentimentos,não amava,não sonhava,seu coração era pobre de nascença e quem tentasse destruí-lo era a própria pessoa quem sentiria as dores.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Bruxa do Bosque municipal ( Final )



   Dentro do Bosque Municipal da cidade de Batatais estava em meio à densa cortina de neblina,Camilo,o seu filho Joaquim e Alberto.
   Maria Helena e Manoel se encontravam do lado de fora ansiosos para encontrar seus familiares ,mas mesmo que queriam entrar não conseguiriam, pois a bruxa ordenou as raízes das árvores para barrar quem quer que fosse de adentrar naquela localidade.
   Os adolescentes estavam completamente dopados com o alto teor de THC que circulavam em seus frágeis corpos e davam risadas de tudo inclusive da própria bruxa pensando ser uma alucinação e, no entanto Camilo muito assustado queria sair dali o mais rápido possível,porem andava em círculos sem perceber.
   Já era noite quando enfim, Isadora Salazar andando com muita paciência alcançou Camilo e os meninos que estavam exaustos após percorrerem mais de quatro quilômetros no bosque e como andavam em círculos as suas forças se esgotaram e a bruxa aproveitando a situação fez uma proposta:
   -Eu deixo vocês descansarem, se depois entre vocês um se apresentar para morrer primeiro.
   -Deixe-nos em paz –implorou Camilo com uma voz tremula e cansada- não fizemos nada para você sua bruxa.
   Ele descarregou a sua PT 380 no rumo que vinha a voz da bruxa fazendo o corpo de Isadora balançar ,mas não surgiram ferimentos naquele ser em podridão.
Como estava escuro eles não conseguiam ver o corpo e nem o rosto dela até que numa fração de segundo dos orifícios que durante a vida seguraram os belos olhos de Isadora começaram a sair fogo e ai sim o pânico de Camilo foi geral,mas os meninos dopados se divertiam com o perigo.
   -Que maneiro. –gritou Alberto.
   -Que da hora. –comentou Joaquim.
   -Mas que desgraça é esta meu DEUS. –suplicou Camilo.
   -Nesta horas – a bruxa alertou com um sorriso amarelado- nem a fé de Moisés que levou o povo do fulano até a terra prometida teria poder suficiente para escapar.
   Os ramos das árvores começaram a enrolar nos pés dos três que já suavam frio ao notarem que a morte rondava aquele ambiente sombrio e algumas folhas colaram na boca dos mesmos calando a gritaria que eles estavam aprontando, quando do lado de fora Maria Helena e Manoel ouviram um forte estrondo vindo do cemitério.
   -Que barulho foi este? –pergunto Manuel.
   -Veio do cemitério. –respondeu Maria que já ameaçava correr.
   Voando feito papel em ventania o pesado portão do cemitério passou pelos dois e foi parar na cerca do bosque.
  Maria e Manoel ficaram paralisados com a cena, mas correram como nunca ao ver sair do cemitério um zumbi-caveira cujo nos ossos ainda estavam grudado à lama de um sepultamento.
   A caveira com passos longos chegou ao portão que estava amaldiçoado pela bruxa e o arrancou com uma força descomunal e todo o barulho fez Isadora deixar os três desafetos ao pressentir a presença de nada mais e nada menos do que Isaias.
  -Hoje a festa será completa. –disse a bruxa com um sorriso que causou medo até aos morcegos que habitavam as sombras.
   Os três humanos que estavam amarrados pelos ramos das árvores ouviram fortes passos vindos naquela direção e pensaram com unanimidade que era o capeta que estava chegando,mas ficaram surpresos ao olharem para trás e ver uma zumbi-caveira anunciar:
   -Sua filha do Satanás,deixe meus parentes em paz,pois hoje eu retornei para terminar o serviço que a mais de um século comecei.
   -Então você fugiu do purgatório né,seja mal-vindo ao bosque das trevas.
   Dito isso Isadora Salazar com precisão e velocidade do som bateu uma mão no peito de Camilo e outra mão no peito de Alberto e num força sobre-humana arrancou os dois coração. Comeu o coração de Alberto e arremessou o coração de Camilo sobre Isaias.
   -Você não quer o seu parente, pega ai o que sangue dele seu inútil desgraçado.
   A bruxa tinha usado muita energia nesta atitude e assim Joaquim conseguiu se livrar dos ramos e da folha que estava em sua boca e correndo deu uma voadora de MMA nas costas de Isadora que nem se mexeu,mas lhe deu um tapa tão forte que o arremessou a sete metros onde ele caiu desmaiado pela pancada.
   -HÁ quanto tempo seu verme.
   -Isadora,hoje você vai deixar este mundo e vai queimar eternamente nas brasas de Lúcifer.
   -E como pretende fazer isto?
   -Assim. –respondeu Isaias pulando em cima dela.
   O pulo não deu muito resultado,pois os ramos das árvores se enrolaram em Isaias que ficou preso no chão,porem quando Salazar chegou mais perto Isaias a segurou com os ossos das mãos e vendo os matos e árvores secas pelo inverno sem chuva começou a ter um plano.
   -É sua bruxa, destas mãos você não escapa.
   -E destes ramos você não escapa seu otário.
   -Você já era sua desgraçada.
   -Gostou do coração do Camilo e vou fazer o mesmo com este pesteado do Joaquim.
   O menino acordou do desmaio e seu finado parente deu a ordem:
   -Joaquim,põe fogo no bosque; A bruxa só tem poder porque o corpo dela não se desintegrou e a carne podre dela ficou neste mundo.
   O filho de Camilo se aproximou de Isadora com a pergunta que ela mais adora:
   -Por acaso você tem fogo, hahahahahaha! Se não tem eu vou te dar o fogo que tanto precisa!
   Joaquim riscou um palito de fósforo e o jogou sobre o mato seco que instantaneamente aceitou as chamas do fogo e logo todo os ramos ao redor se transformaram em uma fogueira imensa.
   Ouvindo gritos de desespero da bruxa,o menino correu rumo ao portão do bosque e não esperava que Isadora ainda com magia pudesse dominar as árvores que soltaram suas raízes e prendeu Joaquim na cerca da entrada.
   O fogo foi ganhando intensidade e o grito de Joaquim fez com que a sua mãe o ouvisse e fosse até local onde já estava presente a policia e a imprensa.
   Maria Helena se aproximou do filho,porem as chamas foram mais rápidas e com gemidos de agonia Joaquim sentiu a pele sendo consumida pelo fogo e se desfazendo no calor de centenas de graus Celsius.
    -Minha mãe –disse o menino- ore pra DEUS me perdoar e avisa o povo que sob estas brasas infernais a bruxa se foi de uma vez por todas da face da Terra. Eu te amo e lá do céu estarei olhando por ti.
   Estes foram as ultimas palavras do parente vivo de Isaias ;E o zumbi-caveira juntamente com a bruxa Isadora Salazar deixaram o mundo dos vivos para serem eternos na imensidão do desconhecido.
   As chamas devoram por completo o esqueleto de Isaias e o corpo podre de Salazar e deste dia em diante nunca mais se ouviu falar de assombrações naquele local.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Bruxa do Bosque municipal (Final-1ª parte de 2)



  Após o dia amanhecer os policias voltaram ao bosque e o invadiram com a tropa inteira,vários bispos e alguns padres ; Após uma varredura completa encontraram o corpo do delegado Antônio pendurado na mesma árvore em que tinha ficava outros corpos. A notícia se espalhou para o Brasil inteiro e ficou marcado como a Obra do Demo.
         Não encontraram vestígios da Bruxa Isadora Salazar,pois o seu corpo estava enterrado junto com as peles dos humanos e as peles dos cinco cães. A sua alma perdida tinha retornado ao inferno assim que as águas bentas tocaram no chão do Bosque municipal. Investigaram por mais um tempo,mas por falta de provas arquivaram o processo e em poucos meses a rotina dos moradores voltaram ao normal.
        Camilo tinha sido afastado pelo novo delegado que assumiu a investigação; Ele aparentou pequenos distúrbios mentais causados pelo medo que a bruxa tinha lhe causado; Ficou alguns meses internado em um sanatório e depois que teve alta ele pegou a esposa e o filho Joaquim que já tinha nascido e mudaram para a cidade de Altinópolis onde abandonou a policia e montou um Sebo pra vender livros usados.
      Lá no inferno a bruxa ficou tranquila,pois a sua real vingança consistia em matar as pessoas que parecia com Isaias e também às pessoas que quisessem mudar esta trajetória e entrassem nas áreas do bosque e como Camilo e seu filho havia se mudado, Isadora não deu as caras na terra por vários anos até que em 2011 a melhor amiga de Maria Helena chamada Jussara adoeceu e já em fase terminal um dos seus parentes telefonou para a esposa de Camilo avisando dos acontecidos.
     O Sebo de Camilo tinha um movimento espetacular e ele para não fechar a loja deixou a esposa vir em Batatais visitar a amiga, e Maria trouxe contigo o filho Joaquim que tinha 16 anos e apesar de corpo diferenciado o seu rosto era idêntico ao do pai.
     Todas as cenas da época dos crimes ainda estavam vivas na memória de Camilo que alertou a esposa e o jovem para evitar ao máximo se aproximarem do bosque,pois ele estava com mau pressentimento.
    Joaquim não sabia da história e perguntou um pouco assustado:
    -Que bosque que este meu pai?
    -Meu filho,é uma longa história que prefiro na contar.
    O filho não insiste na história e vai ao quarto arrumar as malas e igual a diversos jovens de hoje em dia ele havia se envolvido com drogas e para sustento do vicio retirou de um caroço de cinquenta gramas de maconha cerca de vinte gramas e as enrolou num pedaço de sacola plástico,a escondeu na mala e ao ver a sua mãe pronta despediu do pai e junto com a sua mãe que também despediu do marido montaram no carro da família de partiram rumo à cidade de Batatais.
    A viagem foi tranquila e para surpresa de Maria Helena ao chegar ao hospital da cidade uma multidão de conhecidos estavam desesperados e ao vê-la chegar Manoel vai ao seu encontro e da a terrível notícia:
    -Maria,infelizmente a nossa querida amiga Jussara faleceu há meia horas e devido ao estado precário do corpo que estava com HIV, à funerária já esta pra chegar ,e ainda hoje será feito o enterro no velório ao lado do bosque.
    -É uma pena perder esta pessoa tão maravilhosa e cheia de encantos. –respondeu Maria com a face completamente molhado de lágrimas.
    O impacto da notícia fez Maria Helena se esquecer de por completo do pedido do marido de não ir pro lado do bosque e ela avisa o filho que infelizmente teriam de ir ao enterro.
    -Onde fica o velório minha mãe?
    -É aqui pertinho do lado bosque.
    O filho de Manoel chamado Alberto se aproxima dos dois e nota uma pequena euforia no primogênito de Camilo e puxa conversa:
   -Olá,tudo bem?
   -Eu estou mais ou menos,pois este assunto esta me incomodando e ainda temos que ir ao velório e por acaso você fuma?
    -Depende do que. –Alberto responde caindo em gargalhada.
    -Já vi que você é dos meus e eu trouxe umas vinte gramas do hidropônico e se quiser dar um,dois na boliviana assim que chegar ao velório “nois” despistamos as família e vai dar um “peão” e fuma um beque da hora.
    -Valeu meu truta –todo empolgado Alberto aceita a oferta- é nois na fita.


   No velório os familiares reunidos choram a perda inestimável de Jussara que partiu deixando muita saudade nos corações dos mais conhecidos. Só que Joaquim e Alberto tinham outros planos em mente e sem que ninguém percebesse saíram do velório pra fumar um bagulho e estava indo pro bosque quando o filho de Camilo parou repentinamente alertando o novo amigo:
    -Meu pai me disse pra eu ficar longe deste bosque.
    -Não me vai dizer que está com medo do crime do Demo.
    -Que crime do Demo?
    -Há uns quinze anos atrás houve alguns crimes que não foram solucionados e a policia disse que tinha sido obra do Demo.
    -Mas será que foi mesmo?
    -Foi nada,é a policia incompetente que não arrumaram provas e saíram dizendo isto. E outra,eu conheço este bosque e venho aqui todo dia e nunca vi nada de anormal. Só têm bêbados e maloqueiros igual a nós.
     -Algo me diz pra não irmos ai.
     -Larga mão de ser trouxa seu medroso,vem comigo e vai ver que não tem nada.
     Joaquim acreditou nos papos de Alberto e assim que entrou no bosque um vento começou a balançar as árvores e sem ter ninguém por perto o portão da entrada principal bate com violência travando o cadeado que estava aberto.
    -Nossa o que foi isso? –pergunta Joaquim com medo.
    -É só o vento. –o tranquiliza o amigo.
    Ainda era dia,mas ao sentir a presença do parente de Isaias a bruxa voltou do inferno e começara a usar as suas artimanhas. Ela só podia regressar ao seu corpo durante a noite só que a sua alma já rondava entre os mortais naquele ambiente.
    Os dois jovens bem sossegados sentaram em um quiosque e começaram a fumar um baseado atrás do outro e viajando no THC perdem a noção do tempo e nem percebem que uma fina neblina começava a baixar sobre o bosque.
   No velório a mãe de Joaquim já estava desesperada,pois não encontrava o sue filho de jeito nenhum e ao perceber que a neblina estava tomando conta de Batatais ela telefona desesperada para o marido que sem pensar duas vezes fechou a loja,montou em sua moto 450 cc. e em menos de 20 minutos já estava em Batatais.As duas cidades ficam distante cerca de 30 km. e como o velório é bem na entrada da cidade rapidinho Camilo voltou ao local que ele mas teme na vida.
    -Maria –Camilo chega perguntando- onde está nosso filho?
    -Eu não sei ,e o celular deve estar com a bateria descarregada,pois nem chama.
    -Esta escurecendo muito rápido com esta neblina e será que ele foi ao bosque?
    -Acredito que não e o Alberto também sumiu e eles devem estar juntos.
    -Que assim seja.
    O tempo foi passando e como Joaquim não dava sinal de vida Camilo perdeu todo o medo,conferiu as balas da sua pistola 380 mm e vendo que ainda não era a noite resolveu entrar no bosque e procurar o seu filho.
    Ele se assusta ao ver o portão trancando e mesmo assim pula a cerca e com pouca visão dos caminhos chama em vão pelo filho.
   Nesta hora a bruxa já tinha manipulado o cérebro dos jovens que continuavam a fumar o bagulho e não ouviam os chamados de Camilo.
      O ex-policial sente a intuição paterna e desconfia que o filho estivesse por ali e que estava em perigo,pois eles se pareciam muito e sendo assim os dois poderiam ser as próximas vitimas da antiga maldição e aquela neblina lembrava o ano de 95 onde assassinatos haviam acontecidos e ficados sem solução.
    O pai encontrou o filho no quiosque no momento em que a sombra da noite desceu sobre a terra.
    Eles estavam indo embora quando uma voz encantadora perguntou:
    -Por acaso vocês tem fogo?
    Era a própria Isadora Salazar reencarnada no corpo destruído e desta vez ela tinha grande chances de acabar com Camilo,o filho e o intruso do Alberto.
    Ela só não esperava que lá no cemitério a tumba do seu primeiro desafeto começou a tremer após sua alma fugir do purgatório. 
    

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Um voo sem destino (Crônica)


    

    Sempre morei na cidade (uma cidade pequena chamada Batatais-SP), mas hora e outra pegava o ônibus e ia visitar a minha tia que morava na fazenda e eu ficava encantado com aquele ar puro, as matas,os riachos,os animais,as plantações exuberantes e o que mais admirava eram os pássaros que voavam ao ar livre,cantavam melhor que tenores e todas aquelas plumagens multicores realmente me fascinavam.
    No bairro em que moro eu era acostumado a ver pombos,pardais,rolinhas,bem-te-vis e beija-flores,mas na fazenda tinha sabiás,canários,pintassilgos,curiós,coleirinhas,trinca-ferros e uma imensa lista de espécies que não sei o nome.
    Eu amava aquela fazenda; Andava a cavalo entre o cafezal e sempre carregando um binóculo observava estas avezinhas que fizeram parte das minhas melhores lembranças.
    Todo dia cedo eu vou ao quintal de casa e entre as árvores de um pequeno pomar jogo sobras de arroz e farelos de milho e de pão para atrair pássaros e alimentá-los.
    Há mais ou menos dois anos eu tive a primeira surpresa quando me deparei com um canário da terra se alimentando dos farelos. Imaginei que ele tinha escapado de alguma gaiola não dei muita atenção pro meu novo vizinho e no passar do tempo comecei a ver maritaca,periquito do reino,sabiá,João de barro,coleirinha e todos os pássaros que eu só via quando visitava a minha tia.
   Eu já adorava o quintal de casa e fui ficando cada vez mais feliz quando recebia a visita de uma espécie diferente até que um dia notei que algo muito estranho estava acontecendo pra aquelas aves estarem se migrando para a cidade e com curiosidade fui até a fazenda em que meus tios moravam e pra minha surpresa durante toda a viagem de 50 minutos nos dois lados da pista parecendo um imponente mar verde estava a nossa velha conhecida cana-de-açúcar.
    Adentrei a porteira da fazenda e somente o riacho continuava do mesmo jeito,aliás, o riacho virou um córrego de pouca água  e nos lugares onde outrora havia plantações,pomares,pastos para o gado e até a matinha tinham dado lugar a um canavial.
   Estava aí no motivo dos passarinhos estarem se mudando para a cidade. O seus habitat naturais foram devastados e eles foram forçados a mudar os costumes e se alimentarem de restos de alimentos não aproveitados pelos humanos para não morrerem de fome.
   Se continuar neste ritmo logo terá noticias que a fauna já decadente perderá algumas das mais belas espécies para o fantasma da extinção.
   Além da caça predatória,desmatamento,o tráfico ilegal de animais silvestres e agora também surge à invasão da cana-de-açúcar.
    A cidade ficou mais colorida com o seus novos habitantes,a fazenda está perdendo as suas raízes e a natureza chora ao ver os seus valores sendo corrompidos sem a sua permissão.   

domingo, 2 de setembro de 2012

A Bruxa do Bosque municipal (Parte VII )




O ambiente que já estava pesado ganha um ar mais sombrio quando uma densa neblina invade as imediações do Bosque Municipal da cidade de Batatais.
Os policiais dentro do bosque começaram a andar em círculos sempre retornando ao lugar de partida e Camilo juntamente com outros policiais do lado fora da mata sentem calafrios ao olharem para o rumo do cemitério onde uma coruja cantava deixando todos apavorados.
Quando a neblina abaixou a corporação foi retirar os corpos dos dez policiais mortos,só que no local do acontecimento não havia vestígios dos corpos e somente estavam as fardas ensanguentadas.
Ninguém entendeu nada,porem começaram a fazer outra busca na tentativa de encontrar pistas dos valentes policiais que foram mortos pela magia da bruxa.
O grupo de policiais onde estava o delegado Antônio seguiu rumo ao local que foi encontrado a vitima do crime que estava sem pele e para surpresa geral todos os dez policias e o cinco cachorros estavam pendurados em árvores amarrados por ramos de cabeça para baixo,sem as peles,sem os olhos,sem sangue,sem os corações e embaixo dos corpos tinha alguns desenhos satânicos como os símbolos de Zepar,Bune, Berith e Amon. Tinha também o desenho de uma cruz da bruxaria,outra cruz da magia negra,um pentagrama,um olho de Hórus,uma cruz de feiticeiro e um Baphomet.
Estava provado que aquilo tinha sido obra sobrenatural e assim o delegado que outrora chegou a pensar que aquilo estava por trás dos crimes era humano teve a certeza que coisas obscuras estavam realmente acontecendo no bosque.
Ele ordena os policiais para tirarem todos os corpos das árvores e saírem do bosque o mais rápido possível,pois não queria perder mais nenhuma vida inocente.
Todos estavam saindo quando uma voz suave e melodiosa começou a chamar:
-Antônio,Antônio me ajuda por favor.
O delegado olhou para trás e viu entra as árvores uma mulher fascinante:
-Vem pra cá moça,você não tem permissão para andar neste lugar macabro.
-A minha perna esta presa e não estou conseguindo me soltar.
-Eu vou ai te ajudar a sair dai.
Novamente a densa neblina branca surgiu no bosque e os policiais voltaram a caminhar em círculos e somente o lugar onde estava a bruxa e o delegado ficou visível, e sob o efeito de magia o hipnotizado Antônio foi até a linda mulher que se dizia estar presa.
Chegando perto da linda mulher algumas raízes ganharam vida e se enrolaram nos pés do delegado o prendendo, e neste momento ele sai do hipnotismo e se vê frente a frente a uma criatura de rara beleza.
-Como é bom te ver aqui. –comenta com felicidade a bruxa.
-Quem é você? –com muito medo e imobilizado delegado perguntou- E o que quer de mim?
-Primeiramente obrigada por enviar esta tropa de ignorantes para dentro do bosque.Foi eu quem te fez fazer isto e só foi uma pena o seu ajudante não ter vindo e ter ficado do lado de fora, e agora tem um padre agora pra complicar tem um padre ao lado dele o dando segurança.
-O que você quer e pra que tanta maldade?
-Eu não te fiz mal. Apenas te amarei os pés pra você não fugir de mim. Não tenha medo,pois você o único que eu não tenho intenção maltratar.
-E porque justo eu?
-No ano de 1880 a minha irmã Joana Salazar se casou com João de Araujo que teve uma filha chamada Solange de Araujo e isto te lembra alguma coisa?
-Solange era a minha mãe,mas quem é você? Espera ai –o delegado lembrou-se de uma coisa muito importante do passado- você disse que era irmã da minha avó Joana Salazar,então pelas histórias que minha mãe me contava você é a desaparecida do ano de 1883 ou seja tu és Isadora Salazar,mas como pode ser,você está tão nova o que houve contigo minha tia/avó?
-Eu fui assassinada pelo tio/avô do seu amigo Camilo e como você deve saber temos sangue cigano e eu era feiticeira, e em um dos meus trabalhos eu causei a separação de um homem chamado Isaias da noiva dele, e foi este Isaias parente do Camilo que me matou e me enterrou viva aqui neste bosque. Agora a magia negra o próprio Satanás me dão forças pra minha vingança que é matar todos os que parecem com Isaias e também aqueles que se atreveram a atravessar o meu caminho. Avisa o Camilo que vou matar ele a criança que a mulher dele esta esperando,pois já sei que o menino será a cara do pai.
-Por favor,eu lhe imploro vai embora e nos deixa em paz.
-Sou eu quem da às ordens por aqui. Aqui é a minha casa. Aqui é a minha eterna morada. E todas as noites eu farei tudo para que minha vingança seja completa.
-Eu não vou deixar isto acontecer. –fala com objetivo o delegado.
A bruxa que estava sendo amiga do Antônio se revolta contra o seu parente e se transforma naquela coisa em forma decadente sem olhos e sem pele e o grito de medo de Antônio foi alto e porem foi abafado pelo sorriso de Isadora Salazar.
Antônio estava preso por raízes e mesmo sendo parente de sangue da bruxa ela ao saber que o delegado queria acabar com seus planos é dominada pelo ódio e enforca Antônio com as mãos o matando e depois arranca a sua pele,os seus olhos,o coração e o pendura de cabeça para baixo numa árvore logo acima da sua cova.
A neblina se desfaz...A madrugada já estava virando dia...Os corpos foram levados pelo IML...Os policias fazem campana na rua entre o bosque e o cemitério e no entanto todos já tinha a nítida certeza que o Delegado Antônio tinha sido assassinado.


Continua...

sábado, 1 de setembro de 2012

A Bruxa do Bosque municipal ( Parte VI )




-Me desculpa moça,mas tenho que ir embora e já que você achou a sua caixa de fósforos tchau e até mais e cuidado com este bosque,pois coisas horríveis andam acontecendo nestas imediações.
-Tem certeza que quer ir embora e me deixar aqui sozinha?
-Realmente eu tenho que ir –respondeu o investigador que começava a se arrepender de ter entrado alguns metros dentro do bosque.
Estava um ar gostoso e um vento fresco fazia as árvores se mexer; Algumas nuvens encobriam a lua e Camilo mesmo com medo se sentia seguro ao por a mão na cintura e perceber que a sua PT 380 estava destravada e carregada.Ele tinha decidido ir embora e encontrar com a sua esposa Maria Helena no velório do seu cunhado. Isadora Salazar notando que Camilo ia embora o agarrou pelo braço e começou a puxá-lo para o lado da sua cova onde seus poderes eram mais fortes e o investigador mesmo usando de toda a sua força não conseguia se livrar da bruxa até que tirou o seu revolver da cintura e a ameaçou em tom alto:
-Me solte se não vou ter que atirar!
A bruxa nem deu atenção e continuava a puxar o rapaz para dentro do bosque e com a total escuridão Camilo não percebeu que Isadora voltara a ficar na velha forma decadente e foi que ai que o investigador agarrou em uma árvore e isto deixou Isadora muito irritada:
-Esta querendo medir forças comigo seu inútil?
O rapaz fica parado e com as pernas tremulas e só sente uma pesada costa de mão bater em sua face com violência o jogando a mais de quatro metros para trás; Camilo cai de costas no chão e naquele escuro ele não conseguia enxergar onde estava Isadora até que a bruxa com voz asquerosa o ameaça:
-Se você nunca teve pesadelos este é momento em que você vai se arrepender de um dia ter nascido.
Sem pensar duas vezes Camilo ao ouvir o rumo que vinha a voz efetuou cinco disparos com a arma de fogo, ficou em pé e saiu correndo em disparada e enquanto corria ouvia vozes e via vultos em todos os lados e conseguiu sair do bosque. Correu até chegar ao velório onde as pessoas e a sua esposa tinham ouvidos os barulhos dos tiros e ele chega pedindo para todos entrarem na sala do velório e tranca porta anunciando:
-Por favor,isto é muito importante. Eu estava vindo para cá quando uma mulher me pediu pra eu ajudá-la a procurar uma caixa de fósforos na entrada do bosque e quando fui ver ela usou uma força descomunal e estava me arrastando para dentro do bosque e me deu uma tapa na cara e fui eu quem disparou os cinco tiros –ele foi ao telefone e começou a discar para o delegado Antônio- e tenho certeza que esta mulher é à assassina do bosque e para complicar a situação ela deve ser um zumbi ou alguma coisa assim. Fiquem todos reunidos aqui e não saiam de jeito nenhum até a polícia chegar.
Camilo completa a ligação e avisa o seu amigo delegado para vir ao local o mais rápido possível.
Maria Helena que estava grávida se aproxima do marido e o conforta tentando acalmá-lo.
As pessoas dão as mãos e começam a rezar pedindo proteção ao Criador.
Barulhos de sirenes se aproximam e param em frente ao velório e só então Camilo abre às portas e conta toda a história para o delegado Antônio que no mesmo instante chama reforços da região inteira e programa a maior busca já realizada na cidade de Batatais. A imprensa também chega ao local.O enterro do cunhado de Camilo é antecipado e com forte proteção policial é realizado com segurança. As pessoas que estavam no velório foram embora. Maria Helena foi para a casa de uma amiga e Camilo teve que ficar na rua do bosque,pois alem de ser policial foi ele quem tido sido agredido por uma possível assombração.
Em menos de meia hora chegaram viaturas das cidades de Brodowski,Altinópolis,Franca e Ribeirão Preto e o cerco ao bosque estava concluído e mesmo sabendo que aquilo que agrediu Camilo já podia ter saído do bosque durante o tempo em que o pessoal estava trancado dentro da sala do velório ou no espaço de tempo que não haviam sido feito o cerco ao bosque,no entanto o delegado Antônio que estava no comando da situação tem a ideia de soltar dentro do bosque cinco cachorros pastores alemães para verificarem se alguma coisa suspeita circulava por entre as árvores sombrias.
Os cachorros saíram em disparada e em rumos distintos até que um forte assovio fizeram todos latirem com muita euforia e irem rumo ao centro do bosque municipal e em frações de segundos todos os policiais ouviram gritos e gemidos agonizantes que deixou em estado de choque até o mais corajoso coração.
Camilo não sabia se corria,se chorava,se enfrentava a situação de frente e ficou paralisado.
O delegado após ouvir os gritos de dor dos seus fiéis cachorros sentiu pena das criações que ele tanto amava e se empolgou a entrar no bosque e capturar quem que fosse a criatura que pelo jeito matou cinco dos melhores pastores alemães do Brasil.
Primeiramente o Doutor Antônio pergunta aos policiais quem que por livre vontade se alistava para adentrar ao bosque nesta caçada e por incrível que pareça somente Camilo levantou a mão.
O delegado Antônio pega um megafone e começa a conversar com os mais de trezentos policias:
-AONDE ESTA O JURAMENTO QUE VOCÊS FIZERAM EM DEFENDER COM UNHAS E DENTES A POPULAÇÃO. ESTE HOMEM (CAMILO) TINHA TODO O DIREITO DE NÃO QUERER ENTRAR NESTE BOSQUE,POIS ELE ESCAPOU POR POUCO DESTA ASSOMBRAÇÃO QUE ESTÁ AI DENTRO E QUE MATOU CINCO CÃES DA NOSSA CORPORAÇÃO E NO ENTANTO ELE SE ALISTOU PARA ENTRAR NO BOSQUE E MESMO COM MEDO POR TER IMENSA SEMELHANÇA COM AS DUAS PESSOAS QUE JÁ FALECERAM EM SITUAÇÃO IDÊNTICAS ELE ESTA DISPOSTO A ACABAR COM TUDO ISTO. NA DELEGACIA CAMILO TEVE UMA VISÃO ONDE O MAL QUE HABITA ESTAS ÁRVORES APARECEU A ELE EM UM ESPELHO E MESMO ASSIM O SEU CORAÇÃO DE POLICIAL NÃO RENEGOU A SUA MISSÃO. PARABÉNS CAMILO POR SER UM HERÓI EM ACEITAR ESTE TRABALHO E DAR UMA LIÇÃO DE VIDA CORAGEM A ESTES COVARDES QUE VESTEM UMA FARDA E NÃO HONRA O SEU TRABALHO E VOU PERGUNTAR OUTRA VEZ “ALGUEM ESTA DISPOSTO A ENTRAR NO BOSQUE E CAPTURAR ESTE MAL QUE NOS ASSOMBRA?”
Desta vez oitenta por cento dos policias aceitaram a missão só que o delegado Antônio não esperava que Camilo não levantasse a mão junto com os demais e enfurecido desabafa:
-O que foi Camilo? Você me faz exaltar a sua coragem e de uma hora pra outra volta atrás?
-Doutor,eu acho que foi a assombração que invadiu a minha mente e me fez levantar a mão. Perdoa-me por tal ato e pela minha fraqueza. Esta mulher não presta e o duro que ela é a coisa mais linda do mundo. Estou tendo visões e para o melhor da corporação me deixa ficar aqui fora.
O delegado aceitou o pedido do amigo,porem a corporação quis também voltar atrás só que desta vez o Doutor Antônio foi rígido e com autoridade máxima no local deu a ordem para todos se prepararem para a caça as bruxas dos tempos modernos.
A invasão foi programada da seguinte maneira; As viaturas iam ficar de fora com os faróis ligados para dentro do bosque;Os policias em grupo de dez pessoas iam juntos olhando para todos os lados; Sem exceção todos os policias iam com as armas em punho e a qualquer sinal da bruxa eram pra usar sinalizador para avisar os outros e se caso não avistarem nada eram pra voltar seguindo o mesmo caminho com que entraram no bosque municipal.
E assim começou a mais famosa caçada de bruxa já registrada na cidade de Batatais.
O mal estava solto em forma de vulto e o seu corpo estava na cova junto com as peles do seu próprio corpo, as peles de dois humanos e as peles cinco cães que não iriam se decompor até que Isadora Salazar não foste mandada para o inferno para nunca mais voltar.
O perigo rondava aquele lugar assombrado e Camilo teve a brilhante ideia de chamar um padre.
A bruxa na forma de vulto não conseguia tocar em ninguém,portanto conseguia com facilidade colocar visões nas mentes destes pobres mortais e foi agindo desta forma que o primeiro grupo a ser eliminado se autodestruiu.
Isadora com maestria fez com que cada um dos dez policias do grupo assassinado olhasse para a esquerda e enxergasse no amigo a fisionomia de um zumbi e foi desta maneira que um amigo atirou no outro ao mesmo tempo.
O restante dos policiais ouviram os tiros,fizeram o nome do Pai e pediu proteção, e quando não viram o sinal do um sinalizador desconfiaram que a bruxa é quem fez a chacina.
O ódio da Bruxa Isadora Salazar reinava sobre o ar sombrio que adquiriu o bosque e aquela que queria matar apenas as pessoas que se pareciam com o Isaías começou a matar todos os que estavam querendo acabar com ela. Satanás de começo não gostou da quebra do acordo,mas depois também deu aval ao notar que aquele lugar seria o palco dos mais sinistra história de sangue e horror.



Continua...