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Vou contar mais um continho
que hoje vai te arrepiar,
este conto é um assombro,
mas é bom acreditar
na fazenda onde eu morava
teve até cão que chupava
doces mangas sem parar.
Começou num quente dia
esta grande desavença
no curral então surgia
uma peste de doença;
Até vou bater na boca
pois a tal de vaca louca
abalou a minha crença.
A querida da mimosa
em um dia adoeceu
ficou louca derrepente
e o cãozinho percebeu
todo mundo deu bobeira
e pras bandas da mangueira
foi pra lá que ela correu.
O meu cão chamado Bravo
de brabeza nada tinha
ele sendo um vira lata
era a grande atração minha
Sempre foi um brincalhão
mas um dia este meu cão
quiz seguir a minosinha.
A mimosa comeu manga
meu cãozinho a imitou
ele foi na mesma manga
e o caroço ele chupou
mas agora o meu cãozinho
saiu fora de mansinho
e pra casa ele voltou.
Eu não tinha percebido
que meu Bravo ficou louco;
Mas a noite eu o chamei
e ele me rosnou bem rouco,
Tudo estava consumado
pois seu olho avermelhado
não mentia nem um pouco.
O Bravo ficou mais bravo,
quiz morder minha canela
Fui dizendo sai pra lá
e lhe dei chute na goela
Muito bravo ele pulou
e também me derrubou
bem em cima da panela.
Mesmo não tendo tamanho
o cãozinho era um gigante
que jogava capoeira
e me batia bastante
em cada rabo de arraia
me senti uma lacraia
em um chão escorregante.
O cão esta possuído
e não era mais normal
ele esta me dando medo,
pois já era o próprio mal;
Ele uiva como coiote
ele andava sempre em trote;
chamei o paranormal.
Paranormal teve medo
e sem achar qualquer graça
pra me assustar bastante
disse que ele era a desgraça
Disse que ele é o satanás
que veio tirar a paz
não importa o que eu faça.
Enquanto o pestinha uivava
eu fiz quarenta orações
e nas rezas que rezava
só pedia proteções
Aquela peste correu
e só quando amanheceu
é que eu vi as plantações.
Destruiu o milharal
o pomar e o cafezal
Lá na granja ele fez mal
e achava isto legal.
Acabou com o bananal
fez bagunça no curral
e assustou paranormal.
Preparei a cartucheira
e parti para a caçada
No caminho vi mimosa
que morreu atropelada
Porem eu mais um capanga
viu o cão chupando manga
na mangueira de uma estrada.
Logo fiz sinal da cruz
e mirei com precisão
dei um tiro bem certeiro
que raspou seu coração;
Foi ai que o cão falou:
-Desta vez tu me matou,
mas eu te dou meu perdão
Este conto que contei
já aconteceu comigo
eu usei a cartucheira
pra matar meu ex-amigo
Quando o cão manga chupar
de um jeitinho de o matar
para nunca ter perigo.
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