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"O AMOR FAZ NASCER FLORES EM LUGARES DESCONHECIDOS E DESPERTA A LUZ ONDE PODERIA HAVER TREVAS"


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Na escola jaz o maligno (1º conto de terror)



O sino anunciava três horas da tarde e começava o recreio na Escola Municipal Ferreira Vaz numa pequena cidade no interior do Brasil.
As portas das salas de aula se abrem e feito um estouro de boiada as crianças saem correndo em disparada rumo ao pátio. Uma grande fila se forma nas imediações da cozinha e crianças famintas esperam pelo prato de sopa de legumes preparada com carinho pela experiente cozinheira Lúcia das Dores.
Enquanto isto no banheiro masculino os meninos da 8ª série aproveitam do momento de folga para fumar cigarros escondidos do temido inspetor Afonso das Cruzes Neto.
O famosa dupla Lacerda foi formada por dois amigos de infância que era o Mário Lacerda e Rodrigo Lacerda que apesar de terem o mesmo sobrenome não eram parentes e sim eram somente bons amigos.
-Me empresta o isqueiro Rodrigo.
-Tá na mão.-responde o amigo entregando um isqueiro marrom quase sem gás.
-Esta porcaria não pega.-resmunga Mário jogando o isqueiro dentro dos compartimentos dos vasos sanitários.
Rodrigo fica muito bravo com a atitude de Mário:
-Como que você joga fora uma coisa que não é sua,você tá é de brincadeira com a minha cara seu pilantra.
Os dois começaram uma pequena discussão que terminou em grandes risadas,porem quando Rodrigo abriu a porta pra catar o isqueiro ele se deparou com uma sacola contendo R$3.000,00 em notas de R$20,00 e gritou:
-Mário,vem aqui ver o que eu achei.
-Nossaaaaa,quem será que deixou isto aqui.
-Não importa quem deixou,mas sei que vamos dividir e não vamos falar pra ninguém.
Os garotos dividiram a grana e ainda estavam comemorando a grande sorte quando Pedro que é um colega de classe entrou no banheiro alertando que a policia estava na escola e ia revistar os pertences de todo mundo e que o inspetor Afonso pediu pra todos se reunir na pátio pra policia fazer o seu trabalho.
-Mas o que aconteceu?-pergunta Rodrigo.
Pedro responde:
-Algum aluno pulou o muro,entrou dentro do carro do dono da lanchonete da escola e furtou R$3.500,00.
-E como sabem que é aluno da escola?-pergunta Mário.
-É que o varredor de rua viu um menino que usava a camisa da escola saindo correndo do carro e pulando o muro aqui pra dentro do pátio e saem logo do banheiro,pois os policiais vão vir aqui.
Pedro foi embora e Mário e Rodrigo começam a discussão sobre o que iam fazer com o dinheiro.
-Eu acho melhor falar que nós achamos a grana e devolver.-comenta Rodrigo.
-Você esta louco,nós vamos é esconder o dinheiro e depois voltamos e pegamos o dinheiro.
-Pelo jeito quem roubou já tirou R$500,00,pois só achamos R$3.000,00 e acho que vai dar rolo hein.
-Fica tranquilo-Rodrigo teve uma ideia-eu vou catar o meu estilete que sempre carrego comigo e vou tirar os parafusos deste quadro do espelho e esconder todo o dinheiro lá atrás e ai depois a noite nós voltamos,arrombamos a porta e pegamos o nosso dinheiro.
-Tudo bem então,mas faça isso logo pra nós ir pro pátio.
Rapidinho Rodrigo faz o serviço e os dois vão para o pátio onde estão reunidos todos os alunos e fingindo não saber de nada sentam em um canto e apenas observam os policiais revistarem todo o prédio da escola.
Após uma hora e quarenta minutos de investigação os policias vão embora sem encontrar o dinheiro e muito menos o suspeito e o inspetor Afonso avisa em voz alta:
-Eu quero que todos os alunos voltem para as salas de aula,peguem os seus pertencem e podem ir embora para as suas casas sem fazer barulhos ou comentar sobre o acontecido. Amanhã tudo volta ao normal e já digo,que aquele que  praticou este furto ao ser descoberto vai ser expulso da escola e responder judicialmente por seus atos criminosos na delegacia.
Na saída da escola a dupla de amigos nem tocam no assunto do dinheiro até que num certo momento eles observam Gabriel entrando em uma moita de bambu e resolvem segui-lo. Os dois amigos vê Gabriel Lorenzo tirar os R$500,00 da cueca e descobrem que ele é o ladrão.
A noite chegou e junto dela uma chuva fina banha a cidade e Mário e Pedro haviam combinados de retornar a escola para arrombar a porta do  banheiro e pegar o dinheiro que Gabriel havia roubado.
Os dupla saem de suas casas de fininho e se encontram no portão da escola. Ambos carregavam guarda-chuvas e ao chegar não demoram muito e ao perceber que na rua não tinha ninguém pulam o muro da escola e seguem para o banheiro. A escola não tinha zelador e eles se sentiram a vontade andando pelos corredores escuros daquela escola e só não esperavam ao percorrer todo o corredor e fazer a curva para a esquerda dar de topa com o Gabriel que também tinha ido lá procurar a grana. Os três levam um baita susto,mas se entendem quando a dupla explica que sabe sobre o roubo e que também sabe que ele era o ladrão. Tudo estava tranquilo e eles resolvem formar parceria,pegar o dinheiro escondido e cada um sair pra sua casa como se nada tivesse acontecido.
-Como vamos arrombar a porta?-pergunta Mário.
Com um sorriso Gabriel responde:
-Eu trouxe um pé de cabra.
Os três arrobam a porta sem ligar em fazer barulho, pois a chuva ajudava a encobrir o barulho e eles chegaram a acender as luzes do banheiro e na maior facilidade arrancam o espelho,pegam o dinheiro,dividem o mesmo,porem quando iam sair a porta se tranca sozinha,as luzes começam a piscar sem parar e barulhos de correntes no pátio os fazem lembrar das aulas de história quando o professor Mauricio contava com frequência que no local da escola já havia sido senzala em épocas passadas.
O medo estava no ar.
As crianças estavam em perigo.
O espírito do capataz João Fura Olho estava presente naquele banheiro.
Este capataz no tempo de escravidão era a pessoa que assassinava os escravos usando os artifícios mais tenebrosos todos os que desrespeitavam o dono da fazenda e após tantas barbaridades depois da sua morte a sua alma ficou vagando pelo mundo e circulando principalmente o banheiro da escola que era o local aonde ele tinha sido enterrado e os próprios vermes rejeitaram comer a sua carne.
As crianças estavam em pânico e todos gritavam assombrados sem receber ajuda de ninguém.
O espírito maligno invadiu a mente de Gabriel que estava com o pé de cabra e fê-lo assassinar com golpes violentíssimos os amigos Lacerdas e depois Gabriel caiu em sono profundo só vindo acordar na manhã seguinte quando os galos já cantavam pelas casas do interior paulista.
Gabriel abre os olhos e se depara com a cena do crime e entra em desespero:
-Meu DEUS do céu o que aconteceu aqui -pensa o menino que começava a chorar- eu não lembro de nada,mas pelo jeito foi eu que matei estes meninos. O que faço agora?
Seu coração estava aflito,seus pensamentos recheados de tristeza e lágrimas molhavam sua face que demonstrava medo.
Na hora que Gabriel abriu a porta do banheiro se encontrou com o inspetor Afonso que tinha acabado de entrar na escola e começava a fazer o seu trabalho de abrir todas as salas e os banheiros:
-Que você ta fazendo aqui Gabriel?
-Nada não inspetor.
-Vamos ver o que tem aqui dentro banheiro.
O inspetor nem acredita no acabara de ver com os seus olhos e segurando Gabriel pelo braço pega o celular e chama a policia:
-Por favor,venham o mais rápido possível aqui na escola Ferreira Vaz que houve um duplo assassinato e os corpos ainda estão no banheiro e pelo dinheiro que estou vendo no meio do sangue também acredito ter encontrado o ladrão do cara da lanchonete.
Dois policiais chegaram ao local e ao entrar no banheiro juntamente com Afonso e Gabriel novamente a porta se fecha e o espírito maligno de João Fura Olho acaba com sua obra começada.
João entra na mente de um dos policiais que sem pensar atira com precisão no inspetor,no Gabriel,no outro policial e depois se mata.
As mortes foram notícias em todo o País, até hoje ninguém sabe como que aconteceu tal barbaridade,dizem os ex-alunos da escola que no banheiro ouviam-se choros e viam vultos quase que diariamente.
O espírito de João Fura Olho ainda anda vagando pelo mundo e houve relatos de algumas pessoas desaparecerem ao redor da escola.
Nascia assim à lenda de um espírito mau. E certo dia apareceu escrito no espelho do banheiro uma frase que dizia as seguintes palavras:
-Depois da morte eu matei mais seis e você que esta lendo pode ser o sétimo... Cuidado!

2 comentários:

Arlindo disse...

Belo Conto...Parabéns Mais UmA Vez
Mais só uam coisa que fiquei no aguardo no fim do conto
E O MÁRIO?????

Leandro Raimundini(Poeta do MORRO) disse...

Gabriel matou os amigos "Lacerdas"
O espírito maligno invadiu a mente de Gabriel que estava com o pé de cabra e fê-lo assassinar com golpes violentíssimos os amigos Lacerdas e depois Gabriel caiu em sono profundo só vindo acordar na manhã seguinte quando os galos já cantavam pelas casas do interior paulista.

Mário e Rodrigo tinham o mesmo sobrenome que é Lacerda. Eu expliquei no começo do conto.