Na paróquia Santo Expedito o Padre
Alessandro Medeiros dita às palavras finais da missa de sétimo dia do lavrador
José Aparecido de Souza Filho:
-O Senhor esteja convosco.
Todos
responderam:
-Ele
está no meio de nós.
- Abençoe-vos o Deus Filho eterno, que viveu,
sofreu, morreu e ressuscitou para nos garantir a vida eterna.
-Amem.
- Abençoe-vos o Deus Espírito Santo, que consagrou o
nosso corpo e a nossa alma como sua morada, e que nos garante a ressurreição e
a vida eterna.
-Amem.
-
Abençoe-vos Deus todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo.
-Amem.
-Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe.
-Amem.
Os familiares do lavrador saem da paróquia em silêncio e com o coração partido por terem perdido um homem com várias qualidades e que por ser mortal também possuía numerosos pecados e assim com ironia de um destino cruel morreu sob o calor das chamas de um canavial que na verdade parecia o inferno.
Em vida José prometia que em antes de morrer ele mandaria rezar um missa no dia dos finados para as almas penadas que não conseguiram encontrar a paz após o sepultamento da carne.
José morreu sem cumprir a promessa e ao desencarnar, as almas perdidas foram resgatar a sua áurea enfraquecida cobrando a missa que ele prometia com frequência.
Eram
almas de assassinos em série, estupradores, psicopatas, ditadores, terroristas
e outros seres que vieram a terra apenas com o objetivo de praticar o mal.
O lavrador
se viu cercado das piores espécies e percebeu que estava prestes ficar até o
dia do juízo final sofrendo à mercê destes soldados de Lúcifer.
Ele
resolve pedir ajuda ao Bandido da luz vermelha:
-João Acácio,
eu prometi que rezaria uma missa pra almas penadas só que agora eu morri e será
que tem algum jeito de eu voltar e pedir pra alguém rezar esta missa em
intenções doa falecidos que não encontraram a paz.
-Tem um
jeito sim, mas você só vai ter esta chance e se você voltar e fracassar na sua
missão o próprio Satanás te obrigará a ficar no inferno queimando no lago de fogo,
onde o cheiro de enxofre é insuportável, a dor de dente é eterna e os vermes
não morrem.
-Me fala
então, o que eu preciso fazer?
-Na sua
missa de sétimo dia como todos os mortos você tem permissão de assisti-la e
justo na hora que todo mundo junto falar o último amem você encosta-se à pessoa
que você mais odiava dentre os presentes na igreja e automaticamente você terá
alguma controle sobre este ser. Só que se você falhar na sua missão você já
sabe né,o castigo terá sabor de sofrimento e muito sofrimento.
José
aceitou em fazer o que a alma do bandido lhe falou e na missa de sétimo dia ele
foi até a igreja e notou que o rapaz que ele mais odiava na vida que era um
homem que “cantava” a sua mulher estava na missa cobiçando a viúva. Quando
todos falaram o último amem ele se se encostou ao Márcio de Mezenga.
Na saída da missa Márcio se aproxima da viúva
Caroline de Souza e começa a puxar conversa:
-É um dia
tão triste, mas sei que DEUS vai te dar muita força e no que precisar pode
contar comigo pra tudo, pra tudo mesmo viu.
A viúva
com lágrimas na face respondeu:
-
Obrigada meu querido Márcio.
Neste
exato momento Márcio sente alguns arrepios:
-Nossaaa,
passou um vento frio, você sentiu?
-Eu não
senti nada não e até estou com calor.
Márcio
olha para uma sombra de árvore e vê o formado do rosto do falecido:
-Está
amarrado em nome de JESUS, olha lá - aponta com o dedo o rumo da árvore- é o
rosto do seu finado marido!
-É apenas
uma miragem Márcio. –a viúva em vão tenta acalmá-lo.
-Sê besta
sô... –fazendo o nome do pai ele avisa – vou embora pra casa e vou dormir que
estou com dor de cabeça e depois conversamos melhor.
-Tudo bem
e boa noite.
Naquela
noite Márcio teve um pesadelo horripilante onde via o lavrador sendo consumido pelo
fogo das canas e em volta ao seu corpo incendiado havia sete velas flutuando e
a fumaça formava os números dois e onze. Ele acordou durante a noite para ir ao
banheiro e ouviu uma coruja que primeiro cantou duas vezes e depois de um
intervalo cantou mais onze vezes seguidas,o medo preencheu as partes mais
sensíveis do seu coração e ele percebeu que tudo isto poderia ser um enigma.
Márcio
interpretou os números como sendo 211 e foi ao calendário e viu que o dia 211
do ano era justamente o dia 30 de julho que era justamente o dia em que acabara
de começar. Neste momento ele suou frio e no que ele olhou para trás ele viu um
gato todo preto sentado no meio do corredor olhando pra ele e sem pensar duas
vezes grito com ao extremo:
-Sai pra
lá bicho do cão –correndo pro lado do gato acertou um chute em cheio na cara do
bichinho que deu uma miada de dor e sai correndo e continuou falando sozinho- o
que será que está acontecendo comigo? Será que é o Márcio que voltou pra me aterrorizar?
Naquela
noite ele não conseguiu mais dormir, contudo ao amanhecer ele foi à casa da viúva
para ter noticias sobre como ela estava se passando:
-Bom dia Caroline,
espero que estejas bem.
-Estou melhor,
porem não consigo parar de pensar no José.
-Ele deve
estar fazendo muita falta né.
-Ta sim.
-Quanto
tempo você foram casados?
-Na
verdade moramos juntos durante uns doze anos e casados no papel e na igreja
fazia exatos 2 anos e 11 meses.
O rapaz
arregalou os olhos e gaguejando perguntou de novo com coisa que não tinha
entendido a resposta:
-Quanto
tempo mesmo de casado na igreja?
-Exatos 2
anos e 11 meses.
-Credo em
cruz.
-Credo em
cruz o que, até parece que não gostou da minha resposta.
-Eu vou
contar pra você o que esta acontecendo. Esta noite eu sonhei com o seu finado
esposo e no sonho apareceu o número 2 e 11 e aí fui ver em que dia do ano caia
o numero 211 e é justamente hoje e você me fala que você ficaram casados exatos
2 anos e 11 meses. Tudo isto esta me dando muito medo.
-Deve ser
tudo coincidência Márcio.
-Coincidência
nada, eu vou é procurar o pastor de uma igreja e vou contar pra ele.
O rapaz
foi numa igreja evangélica e explicou tudo o que estava se passando ao pastor
Ronaldo que sem pensar duas vezes pegou a água benta e jogando água no Márcio
disse:
-Se tem
algum demônio neste corpo frágil que se apresente.
O rapaz
ficou parado apenas olhando.
-Se manifeste
em nome de JESUS. -ordenou o pastor.
O rapaz
deu uma uivada como lobo vendo a lua cheia se jogou no chão com o espírito de
José encarnado dizendo:
-Me deixa
em paz, me deixe terminar o meu trabalho.
-Quem é
você? –pergunta o pastor
Responde
o homem retorcendo ao chão:
-Eu só
quero que no dia dos finados ele cumpra uma promessa que eu havia feito que é
mandar rezar uma missa pra memória de todas as almas penadas.
-Você
promete ir embora e deixar este homem na santa paz de DEUS.
-Prometo
sim.
-Então
saia em nome de JESUS.
O Márcio voltou em si e o pastor falou pra
ele tudo o que o espírito havia falado, e, no entanto avisou que não era
necessário mandar rezar uma missa,pois isto era coisa de católico e que o espírito
já tinha o deixado em paz.
O homem
morrendo de medo e aflição não desrespeitou o pedido de José e no dia 2 de
novembro mandou rezar uma missa para as almas que vagam pelo mundo sem
descanso. Ele nunca mais quis ‘ficar’ com a viúva e também o espírito de José
de Souza Filho não o atormentou mais e enfim descansou em paz esperando o dia
do juízo final aonde JESUS virá pessoalmente julgar os vivos e os mortos.
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